Projeto de Vida Prof. Cleidione 8º A
Prof. Cleidione
Disciplina: Projeto de vida
Email: cleide.ssociologia@gmail.com
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Identificação do aluno: Nome completo série e turma / Nome da escola.
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completo série e turma.
Qualquer dúvida estou à disposição.
Nº de aulas previstas: 4 aulas
Tempo previsto: 21/09 a 01/10
Recursos materiais: Celular ou computador
Avaliação: Engajamento na realizações das tarefas
Leiam este texto com muita atenção, vale muito a pena.
História de Malala
Mais jovem vencedora do Prêmio Nobel da Paz,
símbolo da luta pelo direito à educação das meninas, sobrevivente da violência
extremista do Talibã, feminista. São muitos os apostos que podem
definir Malala Yousafzai, que saltou aos olhos do
mundo após ser baleada quando voltava para casa em um ônibus escolar,
desafiando os talibãs locais que impedem as jovens de frequentar à escola.
Desde então, a ativista paquistanesa tem dedicado sua vida à defesa
da educação para todos e todas. Em viagem ao Brasil neste mês de julho, falou
sobre empoderamento feminino e a emancipação
via conhecimento. Também anunciou que o Fundo Malala irá patrocinar três escolas brasileiras que lutam pela educação de
meninas, duas delas no Nordeste.
Para entender os caminhos que levaram Malala a
obter tamanho destaque global, selecionamos trechos extraídos do
livro Eu sou Malala: a história da garota que defendeu o direito à
educação e foi baleada pelo Talibã (Ed. Companhia das Letras) que costuram
episódios, reflexões e opiniões da menina paquistanesa, em sua própria voz.
Confira:
Sobre seu nascimento
“No dia em que nasci, as pessoas da nossa aldeia
tiveram pena da minha mãe, e ninguém deu parabéns a meu pai. Vim ao mundo
durante a madrugada, quando a última estrela se apaga. Nós, pachtuns,
consideramos esse um sinal auspicioso. Meu pai não tinha dinheiro para o
hospital ou para uma parteira; então uma vizinha ajudou minha mãe. O primeiro
bebê dos meus pais foi natimorto, mas eu vim ao mundo chorando e dando
pontapés. Nasci menina num lugar onde rifles são disparados em comemoração a um
filho, ao passo que as filhas são escondidas atrás de cortinas, sendo seu papel
na vida apenas fazer comida e procriar.”
Primeiras memórias da escola
“Eu brincava no pátio da escola. Meu
pai diz que mesmo antes de saber falar eu caminhava vacilante sala de aula
adentro e me comportava como se fosse a professora. Algumas mulheres da equipe
escolar, como a srta. Ulfat, me colocavam no colo como se eu fosse um bichinho
de estimação. Aos três ou quatro anos fui colocada em turmas de crianças bem
mais velhas. E ficava maravilhada ao ouvir todas as coisas que eram ensinadas.
Às vezes eu imitava os gestos das professoras. Posso dizer que eu cresci em uma
escola.”
Sobre sua mãe
“Minha mãe começou a frequentar a escola aos seis
anos e a abandonou com a mesma idade. Ela era uma exceção na aldeia, pois seu
pai e seus irmãos incentivaram-na a estudar. Era a única menina numa classe de
garotos. Carregava com orgulho a bolsa com os livros e declarava que era mais inteligente
que os meninos. Mas todos os dias deixava as primas brincando em casa e as
invejava. Não parecia fazer sentido frequentar a escola para depois terminar
cozinhando, limpando e tendo filhos. Por isso, um dia ela vendeu os livros por
nove annas, gastou o dinheiro em doces e nunca mais voltou a estudar.
Antes do Talibã
“Eu lia livros como Ana Karênina, do Leon Tolstói,
e os romances de Jane Austen. Confiava nas palavras de meu pai: ‘Malala é livre
como um pássaro’. Quando ouvia as histórias sobre atrocidades que aconteciam no
Afeganistão, eu celebrava o
Swat [sua aldeia no Paquistão]. Aqui uma menina pode ir à escola, eu dizia. Mas
o Talibã estava logo ali, na esquina, e era pachtum como nós. Para mim, o vale
era um lugar ensolarado. Não pude ver as nuvens se juntando atrás das
montanhas. Meu pai costumava falar: ‘Vou proteger sua liberdade, Malala. Pode
continuar sonhando’.”
Interesse por política
“Desde pequena me interesso por política. Ficava
sentada nos joelhos de meu pai, ouvindo tudo que ele e seus amigos
discutiam. Mas me preocupava mais com as coisas próximas de nossa casa – com a
nossa rua, para ser exata.”
Após a chegada do Talibã
“Foi a escola que me fez seguir em frente naqueles
dias sombrios. Quando andava na rua, parecia-me que cada homem com quem eu
cruzava podia ser um talibã. Escondíamos nossas bolsas e nossos livros sob o
xale. Meu pai sempre dizia que a coisa mais bonita nas aldeias, toda manhã, era
ver as crianças usando uniformes escolares. Mas agora tínhamos medo de
usá-los.”
Falsa trégua
“Naquele inverno nevou como sempre, mas não havia a
mesma alegria em fazer bonecos de neve. Com o frio, os talibãs desapareceram
nas montanhas, mas sabíamos que retornariam e não fazíamos ideia do que
teríamos pela frente. Acreditávamos que a escola voltaria a funcionar. O Talibã podia tomar nossas canetas e
nossos livros, mas não podia impedir mentes de pensar.”
Sobre sua luta
“Quando cruzamos o desfiladeiro Malakand, vi uma
mocinha vendendo laranjas. Para cada laranja que vendia, ela fazia uma
marquinha com lápis num pedaço de papel, pois não sabia ler nem escrever. Tirei
uma foto e jurei que faria tudo o que estivesse a meu alcance para ajudar a educar
garotas como ela. Era essa a guerra que eu ia travar.”
Sobre o medo
“Não falei nada para meus pais, mas, toda vez que
saía, tinha medo de que talibãs armados me saltassem à frente ou que jogassem
ácido no meu rosto, como tinham feito com diversas mulheres no Afeganistão.
Sentia medo principalmente dos degraus que levavam até nossa rua, onde os
meninos costumavam ficar. Às vezes, pensava ouvir passos atrás de mim ou
imaginava figuras se esgueirando nas sombras.”
O atentado
“Algumas pessoas escolhem bons caminhos e algumas
escolhem caminhos ruins. A bala atirada por um homem me atingiu, fez meu
cérebro inchar, roubou a minha audição e cortou o nervo do lado esquerdo de meu
rosto em menos de um segundo. E depois desse segundo milhões de pessoas rezaram
por mim, por minha vida, e médicos talentosos me deram meu próprio corpo de
volta. Eu era uma boa menina. Meu coração tinha apenas o desejo de ajudar as
pessoas. Não fiz nada com o objetivo de receber prêmios ou dinheiro. Sempre
rezei a Deus: ‘Quero ajudar as pessoas. Por favor, me ajude a fazer isso’.”
Sobre seu pai
“Meu pai passa grande parte do tempo indo a
conferências sobre educação. Sei que para ele é estranho o fato de que agora as
pessoas queiram ouvi-lo por minha causa, e não o contrário. Eu costumava ser
conhecida como a filha dele; agora ele é conhecido como meu pai. Quando foi à
França para receber um prêmio em meu nome, disse à plateia: ‘No meu lado do
mundo a maior parte das pessoas é conhecida pelos filhos que têm. Sou um dos
poucos pais sortudos conhecidos pela filha que têm’.”
Sobre voltar ao Paquistão
“Durante o último ano estive em muitos lugares, mas
meu vale continua sendo o mais lindo do mundo. Não sei quando vou vê-lo de
novo, mas sei que vou. Eu me pergunto o que aconteceu com o caroço de manga que
plantei no nosso jardim no Ramadã. Imagino se alguém o está regando, para que
um dia as futuras gerações possam apreciar a fruta.”
A Malala de hoje
“Meu mundo mudou muito. Nas prateleiras da nossa
sala há prêmios do mundo inteiro – Estados Unidos, Índia, França, Espanha,
Itália, Áustria, e muitos outros lugares. Fui até indicada para o prêmio Nobel
da Paz, a pessoa mais jovem de todos os tempos. Quando ganhava prêmios pelo meu
trabalho na escola, eu ficava feliz, pois trabalhava duro para merecê-los. Mas
esses outros prêmios são diferentes. Sou grata por eles, mas só me lembram
quanto ainda falta fazer para atingir a meta de educação para todo menino e
toda menina. Não quero ser lembrada como a “menina que foi baleada pelo Talibã”
mas como “a menina que lutou pela educação”. Esta é a causa para a qual estou
dedicando minha vida.
Atividade
Responda:
Qual lição você consegue tirar dessa história, para sua vida? Você continua
estudando para dar prosseguimento ao teu projeto de vida?
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